sábado, 17 de maio de 2008

MAIO, MÊS DAS NOIVAS

MAIO, MÊS DAS NOIVAS.


Que delícia, hoje, sabadão, eu em casa, com nove por cinco de pressão, em pleno dia que tem o casamento da Tâmara eu tinha que maquiar a Lu e a Kaká pra festa, só Virada Cultural, para citar apenas alguns nomes dos que iam se apresentar: Jair Rodrigues, Pedro Camargo Mariano, DJ Madu, entre outros, a cultura rola 24 horas e a boneca aqui, doidinha para comer um pote de sal e ir pro fervo. Cadê o namorado... Só Deus e ele sabem, porque faz milênios que desisti de colocar GPS nessas criaturas. Comigo é assim, quer, faz por merecer, não quer “pede pra sair” antes que eu saia.

Segundo todos os professores de ginástica que passaram em minha vida, não é bom procurar um médico para obter um remédio que suba a pressão, porque depois que sobe não há o que abaixe. E eu que já tive isso uma vez sei o quanto é horrível e capaz de levar alguém para a além vida rapidinho.

É óbvio que tem sempre aqueles médicos práticos que estão me dizendo: você está se alimentando mal, pare com esse regime; ou você está malhando demais, diminua o ritmo. Mas não tem um santo que diga: você está assumindo muitas responsabilidades, trabalhando demais e, portanto estressada e seu corpo não está agüentando. Só um médico formado mesmo diria isso, mas para eu ir ao médico, fora das obrigações periódicas, só mesmo um milagre. Especializei-me em soluções caseiras.

Como não estou com paciência de ver as agruras da Portelinha, resolvi fazer uma das coisas que mais gosto: escrever.

Então resolvi ficar na caminha e escrever um conto engraçado, “fictício”, sobre essa cultura popular das noivas de maio. Já repararam o número de editais de casamento que começam a surgir em março... Não sei de onde veio essa tradição, se alguém puder me informar, fico grata.


Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência, e como, quase ninguém lê esse blog, ninguém vai juntar alhos com bugalhos de uma história que é muito antiga.

Vamos lá:

Virgínia é a nossa protagonista, uma quase balzaquiana, que sempre foi afoita em querer tudo de uma vez só, um bom estudo, um bom emprego, um excelente marido, casa, família unida e filhos.

Para ela nunca faltaram homens, o que faltava eram homens que preenchessem todas as suas exigências: beleza era o de menos, mas prezava inteligência, caráter, valores, bom humor e não falta de educação achando engraçadas coisas sérias, fidelidade cega (aí que é a porca torce o rabo) e certos atributos que, na maioria das vezes só os homens tem: força física, instinto protetor e masculinidade latente.

Eis que um belo dia Virgínia conhece Paco. Se eu disser onde e como, o conto perde a graça e a ficção.
Ficaram amigos, aí rolaram uns beijinhos, a história evoluiu e a balzaquiana casadoira acreditou enfim achar sua metade da laranja.

Tudo foi muito rápido, do dia em que se conheceram até o casamento foram seis meses, e telefonemas diários de umas três horas, em média, cada um.

Aí que vem a parte engraçada: a maioria das mulheres que conheciam Paco fez boicote, intrigas, outras foram mais legais, só deram um toque sobre o caráter do rapaz. Mas Virgínia estava cega, achando que era ciúme das moçoilas, e Paco lhe garantia fidelidade eterna.

Eis que começa o desastre: Virgínia vai conhecer os sogros, que procuram ser simpáticos, mas “algo” pairava no ar. A sogra pede a Virgínia que não deixe Paco abandonar o psicólogo. E Virgínia ceguinha. Os cunhados não foram tão esfuziantes quanto os outros 20 que já havia tido.

No dia da compra da roupa do casamento lá se vão a pobre Virgínia e a família do noivo. Todas as roupas que ela via, a família achava cara. Até que ela se encheu, pegou o primeiro terninho que viu por um preço módico, afinal ia casar-se apenas no Civil, e disse que ia levar “aquilo” e pronto.

Voltou para a sua cidade na dúvida, pois iria morar em outra cidade. Mas não tinha se dado conta que naquele local, que parecia o paraíso, os hábitos eram tão heterodoxos.

Mas, como aprendeu desde cedo a honrar a palavra dada, se despediu do trabalho, amigos e família e “foi na fé”.

A fé foi tanta que agüentou casar-se sem “dia da noiva”, meia hora antes do casamento o futuro marido decidiu ir ao posto lavar o carro.

Os salgadinhos da festa foram feitos pela empresa que fornecia comida no trabalho do futuro marido.

Os nubentes foram juntos para o local da cerimônia, com os salgadinhos na parte de trás do carro, o bolo no colo da noiva e os pratos, embalados presos entre suas pernas. E mesmo assim Virgínia casou.

A van que transportou sua família apreendida na estrada, e os policiais queriam a nota fiscal dos presentes que levavam aos noivos, ofertados pelas pessoas que não puderam ir.

O atraso e descaso dos convidados para a cerimônia civil foi um outro sinal e Virgínia nem se tocou.

A festa mais chata que já viu na sua vida foi a de seu casamento, tanto que não agüentou e quando os convidados se recolheram, foi com o “marido” e alguns convidados mais jovens “ferver” numa boate gay. Pois não estava acreditando no ocorrido.

A lua –de - mel nem merece comentários alem do dia em que o “marido” se empanturrou de tanto comer no hotel e ela acordou com o marido, no banheiro chamando o nome de outro homem: Huuuugoooo!
Não demorou muito tempo para descobrir a verdadeira personalidade de Paco, tão gentil no começo.

Foram discussões, traições virtuais, reais, telefônicas, grosserias, agressões morais e depois vieram as físicas, claro.

Virgínia adoeceu gravemente, por motivos físicos, psicológicos, falta de respeito e apoio, e, como chamavam na época da escravidão, “banzo”, que era a saudade da terra natal.

Tentou até a “saída de emergência”, mas nem assim se livrou da confusão em que havia se metido.

Esgotadas as possibilidades, resolveu ser moderna e tirar férias conjugais, com o combinado de que ela e Paco falariam todos os dias pelo MSN.

Toda vez que chamava por Paco, no MSN, ou Skype ele se dizia ocupado baixando filmes.

Neste meio tempo se juntou a algumas amigas de infância, e outras que eram da infância também, mas ela não sabia que uma delas tinha inveja dela desde tenra idade.

Nas suas férias conjugais e total abandono de Paco, eis que uma das “inimigas” de infância e outras da mesma estirpe, que se diziam mulheres modernas a colocaram numa enrascada.

A “inimiga” de infância era casada, mas tinha amantes, e Virgínia, já piradinha das idéias, começou a achar tudo “normal”, se os homens fazem, porque as mulheres não...

Sentindo sua auto-estima abalada, Virgínia, como se diz por aqui, caiu no fervo. Estimuladíssima pela “inimiga” de infância.

Até que surgiu a derradeira proposta: a inimiga, percebendo seu companheiro de olho em Virgínia, propôs que ela começasse a se relacionar com ele, deixando-a livre para relacionar-se com seus amantes.

E assim foi feito o acordo secreto entre os três.

Virgínia e o novo “sabe-se lá o quê”, porque amante não era, iam ao cinema, barzinhos, saiam para dançar. Enquanto a “inimiga” de infância se esbaldava com seus amantes.

Mas como quem não tem competência, não se estabelece, a “inimiga” perdeu todos de uma vez só, seu trabalho, e só lhe restou o marido, para pagar as contas. Ligou para Virgínia e disse que o pacto estava acabado.

Poe Virgínia tudo bem, pois havia recuperado boa parte de sua auto-estima, mesmo assim, sempre tendo que dar a palavra final, ligou para o “sabe-se lá o quê” e agradeceu por ter sido feita de joguete na mão do casalzinho indeciso.

O moço se magoou, procurou Virgínia que o mandou “seguir a luz” e tomar cuidado com a companheira.

Esta não gostando da advertência fez mil loucuras, saiu dizendo pro mundo que Virgínia tentara arruinar seu casamento. E neste mundo estava incluído Paco.

Este, por sua vez, se uniu aos seus amigos (que por curiosidade eram amigos de Virgínia há anos, antes de conhecê-lo, êta fidelidade masculina).

A história virou um filme de 007, os ex-amigos de Virgínia a espionaram, tiraram fotos do carro que tinha comprado, e sabe-se Deus mais o quê.

Virgínia, esperta como ela só sabia que lá vinha “chumbo grosso”, saiu divulgando estar ótima, caindo nas baladas, viajando, tudo para Paco saber.

Não deu outra, ele entrou com uma ação de “abandono de lar” e na petição alegava que ela havia deixado o lar para ficar com outro. Tolinho... eram outros, no plural.

Como conhecia a personalidade tosca de Paco tinha certeza do que ele ia fazer sabendo da recuperação de sua auto-estima, arrumou mil namoradas, viagens e bens, e fazia questão de divulgar suas “aventuras”.

Virgínia, espertíssima, só colhia as provas.

Três anos após o início do litígio, Virgínia já estava melhor de saúde física e mental e na audiência de Divórcio renunciou a tudo, com a alma lavada, auto-estima recuperada, e saiu comemorando como se tivesse ganhado um milhão de reais mensais de pensão alimentícia.

Mas ela ganhou muito mais que isso: um “karma” a menos, e a auto-estima e o respeito profissional elevados.

Esse é só um conto para as mulheres que precisam de um empurrãozinho para tomar certas decisões que mudarão suas vidas.

AGORA, PARA AS DUAS ALESSANDRAS E TAMARA, AS NOIVINHAS DE MAIO QUE EU CONHEÇO DESEJO TODA A FELICIDADE DO MUNDO, SAÚDE, PROSPERIDADE, COMPANHEIRISMO E UMA DESCENDÊNCIA ABENÇOADA. VOCÊS MERECEM.

PARA OS NOIVOS RECOMENDO E DESEJO O MESMO E SÓ UM CUIDADINHO COM AS VARIAÇÕES HORMONAIS E TPM DAS NOIVAS. O RESTO SE AJEITA.

(Gy Camargo)

Para as lindas noivas deste mês, as que citei e as que não conheço, termino com uma musiquinha que é para dar uma força para que tudo corra bem e dure anos e anos:http://youtube.com/watch?v=J4JS2OjG5pk

P.S. Algumas das noivas que me desculpem a ausência, vocês sabem que eu sou forte, mas parece incrível, nas horas mais impróprias meu corpo falha. Esse é meu presentinho para vocês. Corajosas e bem mais virtuosas que Virgínia.
Bjks,
Gy

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