quarta-feira, 28 de maio de 2008

ACEITAÇÃO - PARTE II



Tenho plena certeza que estou em sintonia com o Universo. ´


Faz poquíssimo tempo que postei o texto ACEITAÇÃO.


Adoro quando consigo comprovar minhas teses!


E a matéria abaixo confirma o que eu já havia explanado.


Aceitação é a palavra chave, a busca da cura, fé, otimismo e garra são essenciais, mas fatores primordiais para uma qualidade de vida também são: as pessoas que nos cercam e sua boa vontade, localização geográfica, até condições climáticas e tecnológicas.


Obras de artista plástico tetraplégico sensibilizam pela lição de vida
Daniela Jacinto
Notícia publicada na edição de 28/05/2008 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 5 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

A variação de cores, o jogo de luz e sombra, e a riqueza de detalhes das pinturas não entregam quem é seu criador. O que muitas mãos hábeis não conseguiriam expressar com tamanha precisão, o pintor japonês Tomihiro Hoshino o faz com a boca. Tetraplégico desde os 24 anos, foi com a ajuda da sua mãe que o artista descobriu a pintura. Sem movimento no corpo, é com o auxílio dela que o lápis encontra apoio em seus lábios e o papel fica disposto para a arte. Deitado de lado, Tomihiro desafia os incrédulos e pinta. Completa seu trabalho escrevendo poesias, cujo maior desafio é deixar as letras alinhadas. Suas obras, que já percorreram o Japão e diversas cidades brasileiras, podem ser vistas em Sorocaba até o dia 4 de junho, na Biblioteca Municipal, durante a exposição Arte e Lição de Vida - Aquarelas e Poemas.
Yuji Ogasawara e Yoko Rachel Ogasawara, curadores da mostra, explicam que o público poderá conferir 40 obras de Tomihiro Hoshino. Os interessados ainda terão a oportunidade de conhecer um dos livros do artista, o único traduzido para o português, com poesias, imagens e história de vida.
O artista
A curadora Yoko Ogasawara conta que Tomihiro Hoshino era professor de Educação Física. Um dia, durante as aulas, uma cambalhota acabou ferindo seu pescoço, tornando-o tetraplégico. O professor passou nove anos de sua vida no hospital até que pudesse voltar para casa. Foi no segundo ano que estava no hospital, que começou a escrever, com muita dificuldade e sacrifício. Tudo começou no dia em que sua mãe colocou um lápis na boca de Tomihiro e aproximou o papel. Quando ele conseguiu fazer apenas um ponto nesse papel, ficou tão feliz como se tivesse batido um recorde, explica Yoko. Ainda de acordo com a curadora, como o artista não tem força para movimentar o pescoço, ele fica deitado de lado. E é com a ajuda da mãe que Tomihiro consegue se expressar. Mesmo de lado, ele consegue escrever e pintar de forma alinhada. Primeiro ele desenha com um lápis, aí conforme suas orientações, a mãe ou alguém próximo mistura a tinta e coloca o pincel em sua boca, para que Tomihiro desenvolva o trabalho.
Sensibilizada com sua história, a empresa Suzuki desenvolveu para Tomihiro uma cadeira de roda elétrica, que permite ao artista apoiar o queixo em um pedaço de borracha, e comandar para onde deseja ir. E é assim que todos os dias ele sai passear, encontrando na paisagem ao seu redor a inspiração para suas obras.
Hoje com 61 anos de idade, Tomihiro Hoshino já lançou 10 livros com poesias e pinturas. O único traduzido para o português é Por Caminhos Onde os Sinos Tilintam, traduzido pela filha de Yoko. O nome do livro surgiu a partir de um sino, que Tomihiro ganhou de um amigo. Como não podia balançar o objeto com a mão, explica Yoko, o artista pendurou o sino na cadeira de rodas. Um dia, durante seus passeios, acabou passando por um buraco. Esse obstáculo fez com que a cadeira balançasse e, conseqüentemente, o sino. Foi aí que percebeu o quão agradável era ouvir aquele som. Nesse momento, Tomihiro aprendeu uma lição. Ele costuma dizer, a partir desse episódio, que a vida sem problema, sem aflição, parece que tudo vai bem, mas somente quando a pessoa enfrenta alguma dificuldade é que surge algo belo, mas que estava escondido. Então ele aconselha que não se deve tentar fugir dos problemas e sim enfrentar, porque é somente nos momentos de dificuldade que as pessoas aprendem e que surgem coisas proveitosas.
Yoko diz que essa experiência do artista foi parar inclusive nos colégios. Sua notoriedade fez com que ganhasse um museu de arte para abrigar suas obras, em sua cidade natal, Minori-Shi, no centro do Japão.
Curadoria
Os curadores Yoko e Yuji Ogasawara são de Águas de Santa Bárbara, interior de São Paulo, e conheceram as obras de Tomihiro Hoshino através de uma revista. Em 1990, foram ao Japão e visitaram o artista. Nessa ocasião, pediram emprestado a Tomihiro algumas obras para que os brasileiros pudessem ter acesso ao seu trabalho. E então o artista teve uma atitude que não esperávamos. Ele doou parte de suas pinturas, apenas com o pedido para que não vendêssemos, somente realizássemos exposições, conta Yoko.
De posse desses trabalhos desde 1991, já são 17 anos percorrendo diversos Estados brasileiros. A exposição em Sorocaba é a 86ª realizada pelos curadores no país. Em cada cidade que visitamos, procuramos exibir um documentário que mostra como o artista pinta. Quando as pessoas assistem, conseguem dar mais valor às obras, acredita Yoko. O documentário foi produzido pela NHK, a mais conceituada TV do Japão, e também poderá ser visto em Sorocaba. Essa mostra de trabalhos de Tomihiro fica na Biblioteca até o dia 4 de junho. A partir do dia 6, ela será reaberta na Igreja Metodista Livre, como parte das atividades do Festival do Japão, em comemoração ao centenário da migração japonesa.
A Biblioteca Municipal fica na rua Ministro Coqueijo Costa, ao lado da Prefeitura, e está aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h; aos sábados, das 8h às 16h30; e domingos e feriados, das 13h às 17h. Entrada gratuita. Outras informações: (15) 3232-1745.


EU NÃO PERCO ESSA EXPOSIÇÃO!!! DEPOIS POSTO MINHAS IMPRESSÕES.

(Gy Camargo)



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