terça-feira, 3 de junho de 2008

CONTRARIANDO TODAS AS ESTATÍSTICAS E EXPECTATIVAS

Curtindo um solo do Slash


Mandando uma Janet Jackson e virando Missy Elliot

E simbora no pagode e samba de raiz.


CONTRARIANDO TODAS AS ESTATÍSTICAS E EXPECTATIVAS.


Acredito que sou abençoada! E muito!
Nasci negra, em uma família de classe média, tenho uma família arco-íris, cada um de uma cor, do mais loirinho até eu e cada um com sua personalidade marcante.
Estudei, tenho dois diplomas e cursos (de DJ a mediadora) e ainda quero mais.
Sou sociável, extrovertida, alegre e amorosa.
Tive muitos problemas na vida e fui superando um a um, com a ajuda de Deus, minha, de minha família e amigos verdadeiros.
Sou sincera ao extremo e aprendi a dominar meus impulsos de sinceridade, afinal vivemos em sociedade e eu sou do tipo “esquentadinha”, então prefiro não comentar, fingir que não vi, não senti e nem ouvi certas coisas. Em certos momentos a cara de paisagem é minha grande aliada, e aprendi dar a risadinha da minha prima Lela (aquela de canto de boca que precede o sorriso amarelo). Agora se eu emitir som ou gargalhar é que está tudo em paz.
Diria que acabou a novela “Duas Caras” e eu, que só tenho uma e vivo me reinventando e reconstruindo, fiquei com as antenas do Juvenal.
Sei que causo espanto, e não ligo.
Adoro conviver com crianças, adolescentes e pessoas da terceira idade, as quais aprendi a amar e respeitar muito neste último ano.
Além de esses fatores causarem espanto, meu ecletismo musical incomoda as pessoas (sabe-se lá Deus porque).
Minha incursão na música e literatura deu-se por um só motivo: meus pais trabalhavam e me deixavam em casa. Aos oito anos já tinha a chave de casa, o que não significa que não havia as recomendações de não abrir a porta para estranhos. As pessoas da família tinham um código para se anunciarem.
Contrariando também as estatísticas sou filha única.
Tinha uma vizinha professora aposentada, que me deu uma estante cheia de livros. Li, em tenra idade, Alice no País dos Espelhos, algumas obras de Diderot, a Bíblia inteira duas vezes e biografia de grandes vultos históricos ao mesmo tempo em que eu lia gibis da Turma da Mônica.
Meu ecletismo musical vem dessa época onde sozinha em casa (acredito que por isso muitas vezes me isolo, por costume e para alimentar o intelecto) e enquanto eu lia colocava na enorme vitrola do corredor de casa, os discos do meu pai: Elvis, Nat King Cole, aquele “tiozinho de franjinha branca” e sua orquestra: Ray Coniff, o LP do Estúpido Cupido Internacional ou colocava na freqüência OM, a AM de hoje, logo depois veio a FM (e hoje uso MP5, meu Deus! E ainda estou só na metade da minha vida).
Só adolescente descobri o samba, pois antes nas festas familiares só se ouvia Agepê, Benito de Paula com seu amigo Charlie Brown, Clara Nunes, e outros, que convenhamos, não são muito atrativos para uma criança.
Na adolescência também fui apresentada à MPB: Elis Regina, Gil, Caetano, 14 Bis, Flavio Venturini, Sá e Guarabira, os grandes nomes da Bossa Nova e Tropicália e tantos outros cantados por amigos da época que se iniciavam no violão.
Fui apresentada à música clássica quando fazia Ballet Clássico.
Depois, fui ficando sem preconceito algum, ouvia funk (o antigo como do Earth Wind and Fire e tantos outros), rock (Twisted Sisters, Van Halen, Guns’n Roses, Bom Jovi, Nelson – se alguém se lembrar disso-), pop (Madonna, Michael Jackson, George Miichael e por aí vai) pagode (Grupo Raça, Raça Negra, Lecy e Negritude Jr. Para citar alguns exemplos), passei ainda pela era New wave, rock eletrônico e hoje me animo com psy.
Depende apenas do meu estado de espírito,da vontade do que eu acordar no dia, mais nada, é tão difícil de entender?
E, como tudo é motivo para os outros falarem, e o povo fala mesmo, como diz Ana Carolina.
Vou mais à onda de Jair Rodrigues: “Deixe que digam, que pensem, que falem”.
Enquanto isso eu vou dançando... e os males espantando.

(Gy Camargo)

2 comentários:

Unknown disse...

ha ha hém?filha unica!então?vim até aqui para te fazer um visitinha e achei suas matérias de muito bom gosto.linguágem simples,direta e de facil entendimento.....parabéns amiga.

Gy Camargo disse...

Muito obrigada, apareça sempre para ler meus "lampejos de inteligência", rs.