quarta-feira, 4 de junho de 2008

BLACK IS BEAUTIFUL







Dia desses comentei com a Be e o Mikita sobre a black music antiga e um projeto que só colocarei em prática quando der tempo, estou colhendo material.



Hoje, abro o jornal e dou de cara com nomes que me ensinaram quase a base de "forceps" a gostar de Hip Hop.



Na época eu era adolescente, frequentava a casa da saudosa dona Teresa, do Afro's Cabeleireiros, foi lá que escutei pela primeira vez Thayde e DJ Hum, Racionais e outros. (Êta antena parabólica que capta a sintonia do Universo, para conferir é só ler o post CONTRARIANDO TODAS AS ESTATÍSTICAS E EXPECTATÍVAS.



Lembro que o Ney e o Choco enchiam minha paciência por eu, na época não gostar de samba e começavam a imitar Clementina de Jesus para me atormentar.



Como a vida muda, hoje o samba também faz parte da minha vida...e eles que me chamavam de "branqueira", porque curtia pop e rock, agora joguem uma pick up na minha mão....



Como o tempo passa...O Neyzinho tinha essa carinha mesmo (acho que minha vida, até agora, dá uma enciclopédia e uma discografia impressionates):






Black is beautiful
José Antônio Rosa Notícia publicada na edição de 04/06/2008 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 5 do caderno B - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.

DIVULGAÇÃO Márcio Brown resgatou fotos em sua pesquisa; a imagem acima data de 1985, durante uma intervenção na Praça Central.

Documentário resgata a história recente do movimento negro em Sorocaba e dos precursores dos bailes como Nelson Maçã, Gelo e Marcão.
Eles ocupavam as garagens das casas com seus toca-discos e, lá mesmo, sem muitos recursos, faziam os bailes. Os espaços, no entanto, logo ficaram pequenos para os discotecários, como eram chamados aqueles que animavam encontros dançantes na década de 70.
Um desses artistas anônimos, que comandavam as pick-ups, teve, então, a idéia de pedir à direção do Clube 28 de Setembro para levar entretenimento a um número maior de pessoas. Seu nome: Nelson Maçã. A sugestão foi aceita e, uma vez colocada em prática, deu origem à história recente do movimento negro em Sorocaba.
Essa passagem abre o vídeo-documentário Hip Hop em Movimento, que o ativista da causa Márcio Brown, junto com Murilo Santos, Fabiana Caramez, Márcio Banto, Cleber Gonzaga e Fernanda Oliveira lançam na próxima sexta-feira, às 19h, no Salão Verde, da Uniso.
Maçã talvez nunca soube que, com o seu trabalho, ajudou a quebrar muitas das barreiras que a sua própria etnia teve de enfrentar. Eram tempos difíceis aqueles em que os negros dispunham de poucas alternativas de lazer e entendiam menos de mobilização.
O que contava, a princípio, era se divertir, admite Márcio Brown. Ele, que ainda criança, era levado pelos irmãos mais velhos às festas, viu nascer, ali, a vocação de servir de porta-voz, de ingressar na militância.
Brown (apelido herdado do astro da soul music, James Brown), até por isso, encontrou menos dificuldade de produzir o filme. Conhecia (e conhece) todos os precursores, os personagens que, agora, quase trinta anos depois, resgata.
Nelson Maçã, o mais emblemático deles, agitou como poucos a cena cultural da cidade. Seus bailes atraíam multidões que gingavam ao som de muito samba-rock. Eram noitadas regadas ao som da banda de Fred Wesley, do grupo Parlament, de Jorge Ben (ainda sem o Jor) e de Bebeto.
O trabalho traz de volta, ainda, a figura de Luiz Pires Correia, que os que viveram aquela época só conhecem como Gelo. Os bailes por ele comandados aconteciam no salão do Sorocabinha, um espaço mantido por ferroviários que ficava no Largo do Líder.
Ali, eram realizadas domingueiras bastante movimentadas. Hoje cabeleireiro, Neizinho foi outro DJ daquele período. Ele lembra, no vídeo, de detalhes como o fato de os negros não disporem de automóveis para se locomover.
Todo mundo se reunia no largo do Mercado, onde os ônibus faziam parada e, de lá, partiam rumo aos bairros. Os discotecários contam, ainda, que demorou até que outros clubes aceitassem promover bailes voltados à comunidade negra.
Não existia na porta uma placa que nos barrasse, mas, o tratamento, a forma como nos encaravam, a estranheza até, fazia com que nos sentíssemos um pouco excluídos, distante daquela realidade, afirma Marcos Pires Correia, o Marcão, dono, ainda hoje, de um dos maiores acervos de discos desse gênero musical.
Outra curiosidade que o filme conta: a primeira emissora de rádio FM a dedicar espaço para um programa de música negra foi a Vanguarda FM. O nome da atração, apresentada por Nelson Mação, era Beat Music.
Passagens
Histórias curiosas, engraçadas, que emocionam e mostram um pouco da identidade cultural do sorocabano podem ser assistidas em Hip Hop em Movimento, que tem trilha sonora original; vale dizer, as músicas foram compostas por gente que tem envolvimento direto com o assunto.
Márcio Brown e a equipe de documentaristas pesquisaram durante quase um ano até concluir o projeto, que foi bancado com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (Linc). Nessas andanças, o grupo circulou pela periferia, onde está concentrada a maior parcela da população. É lá que ficam as pessoas que não têm as mesmas oportunidades, os poetas da vida. Meninos que fazem letras belíssimas para falar do seu cotidiano, e que só conseguem ser ouvidos muito excepcionalmente, afirma Murilo Santos, co-diretor da fita.
O documentário, dizem seus autores, tem como proposta mostrar às novas gerações a origem do Hip Hop na cidade e, também, reforçar o ideal de luta. Brown e Murilo afirmam que arte e política fazem uma boa parceria.
Essa é, fundamentalmente, a diferença entre as manifestações mais engajadas e as de apelo comercial. Não raramente, confundem o funk carioca com a música mais elaborada que outros artistas fazem. Aquele som, tem um apelo comercial, fala de outras coisas, comentam os produtores.
Brown, que tem assento no Conselho Municipal do Negro, espera que o filme possa orientar políticas públicas de inclusão. A situação em Sorocaba não é pior que a de outros lugares, mas exige, é claro, atenção.
Hip Hop em Movimento será lançado depois de amanhã no salão verde do câmpus Seminário da Universidade de Sorocaba (Uniso), à avenida Eugênio Salerno. O filme estará à venda, no dia, ao preço de R$ 10. Outras informações podem ser obtidas no site www.hiphopemmovimento.com.
Links relacionados:
http://www.hiphopemmovimento.com/
Que tempo bom...que não volta nunca mais: http://www.youtube.com/watch?v=MmDgH5n-nPI

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