domingo, 8 de junho de 2008

ORKUTAR, OU NÃO ORKUTAR? BLOGAR OU NÃO BLOGAR?

ORKUTAR,OU NÃO ORKUTAR? BLOGAR, OU NÃO BLOGAR?


Entrei para a rede de relacionamentos Orkut porque, na época, morava quase numa ilha deserta e me sentia como Robinson Crusoé, que tinha, no livro, só o índio Sexta-feira para conversar e no filme de Tom Hanks só uma bola. Ou como Shirley Valentine, falando a sós com as paredes.


Essa entrada foi redentora, porque atirei no que vi, que era começar a achar alguns amigos, e acertei no que não vi e mudou minha vida para a melhor.

Muita gente critica o meu jeito de atual de “orkutar”, para mim é só economia de tempo, dinheiro e espaço em HD. O MSN me irrita um pouco ( não, não sou burra, sei que dá para entrar off line), pois é um tal de janelinhas e barulhinhos, e se você está falando com uma pessoa, outra entra.Cheguei a teclar com sete pessoas diferentes de uma vez só, sem confundir os assuntos. Neste dia parei e me perguntei: Porque essa loucura, meu Deus? Vou concentrar tudo num lugar só, e se há uma ferramenta como o Orkut onde posso fazer isso tudo: Chat, MSN, armazenar vídeos e comunidades, porque não fazê-lo?

Brinco que minha vida é um livro aberto com páginas bem escritas, portanto não tenho a necessidade de esconder nada e posso usar essa ferramenta dessa forma. É uma grande facilitadora.

A Gy do Orkut é a Gy do Santa, a Gy do Tuca, a Gy amiga, filha, meio mãe de uma galerinha aí, prima, professora, advogada, filha, namorada, ex-namorada, baladeira, brincalhona, carinhosa, que recebe e dá afeto a quem lhe é afetuoso, ou seja, eu mesma.

Não tenho tempo para administrar comunidades, e, como não há, alguém poderia inventar uma comunidade chamada: “sou no orkut exatamente como sou na vida.”.

Quanto à blogar, sempre gostei de escrever, não da forma como escrevo aqui, sem compromisso, e muitas vezes sem paciência para realizar correção ortográfica e gramatical.

Na pré-adolescência, uma santa criatura, que não me lembro exatamente quem foi (deve ter sido num desses amigos secretos de escola) me deu um diário.

Gostei da idéia, preenchi um. Depois ganhei outro de capa de veludo vermelho, com cadeado. Era aquela época do começo dos namoricos e intriguinhas adolescentes. Amei ainda mais, lá estava meu maior tesouro: meus segredos (que nada mais era do que impressões e desabafos).

O Tesouro não durou muito tempo, perdi a chave do diário, exatamente quando tinha guardado o ingresso de cadeira numerada para o show dos Menudos (abstenho-me de maiores comentários). Arrombei o coitado.

Depois vieram as agendas, particulares e depois coletivas, naquela época as meninas escreviam o que pensavam sobre os “importantes fatos ocorridos na semana” e, principalmente, no final de semana, e na segunda-feira uma levava a agenda da outra para casa. E depois ainda passávamos horas ao telefone comentando os fatos lidos.

O blog surgiu na minha vida numa época onde necessitava muito me expressar, e não é que descobri que era uma arma letal?

Percebendo que algumas pessoas nem um pouco queridas iam lá xeretar, comecei a postar tudo que tinha vontade de dizer a elas e as manipulava a tomarem atitudes exatamente da forma que eu queria. Que desgaste!

Ao mesmo tempo em que dava uma de Marquês de Sade, lia blogs de outras pessoas que eram interessantíssimos, bem elaborados, divertidos ou que levavam à meditação.

Passada a minha fase sádica, lembrei desses blogs e, por conta de um amadurecimento, pessoal e espiritual, percebi que talvez, por acaso, além de retomar o meu gosto pela escrita e escrever o que me dá na telha, como na adolescência, de repente, por acaso, alguém que esteja necessitando ler algo construtivo encontre algo aqui que lhe seja útil, como encontrei em muitos blogs quando precisei.
Algumas vezes digo a meus amigos que fiz um post para eles (que saudade da carta selada, depositada nas caixas de correio, mural de escola, recadinhos de rádio). Mas se não podemos com a tecnologia nos aliemos a ela para algo construtivo e que também nos dê prazer e seja uma válvula de escape.

Minha falta de pudor em escrever o que penso leva as pessoas a, no mínimo questionarem minha intenção, eu sei. Creio que o sincero não teme a publicidade.

Como o ator ou o compositor, que se desnudam perante o público, quem escreve também o faz, pois o que lhe move a escrever é passar para o papel aquilo que pensa e quer transmitir e que, muitas vezes,não tem tempo nem oportunidade.

É só o prazer da escrita mesmo, ou como li numa comunidade de pessoas que gostam de escrever, pode ser uma catarse, uma terapia.

Sinceramente, não estou nem ligando para quem prima pela discreção. Sempre que tiver um tempinho ou uma idéia, vou postar aqui, sim.

Depois vejo o que farei com esse material. E se alguém cair aqui, por acaso de pára-quedas, e achar algo que lhe seja útil ou edificante ficarei muito feliz.

(Gy Camargo)

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